QUEM SÃO MESMO OS GRANDES: PAIS OU FILHOS?

Escrito por Ana Lucia Braga

Sáb, 06 de Março de 2010 20:51h.

 

Bert Hellinger, em seu livro Conflito e Paz, afirma que “toda tentativa de um membro mais novo de imiscuir-se nos assuntos de um membro mais antigo termina em fracasso ou ruína”. E ainda assegura que “a solução é que, respeitosamente, nos afastemos dos mais antigos, de sua culpa e de seu destino, deixando que o conflito fique em seu devido lugar”.

Muitos filhos ouvem essa afirmativa com um sentimento misto: de culpa e de rebeldia.

Primeiramente porque acreditam que estão abandonando os pais – ou avós –, neste sentido sentem-se egoístas e culpados. Depois, porque não querem abrir mão da posição de grande importância que ocupam na família, quando de algum modo “cuidam” dos pais. Por exemplo, os filhos que mesmo adultos continuam morando na casa dos pais. Esses não conseguem ter uma vida de adultos, pois precisam continuar com os pais, por algum motivo – por sua própria falta de recursos ou por causa dos pais, não conseguem sair.

Esses filhos comportam-se como crianças (pequenas); ao mesmo tempo querem “mandar” na vida dos pais (grandes), interferem em suas escolhas, acreditando saber mais, escolher melhor, administrar melhor tanto a casa, os negócios, quanto a vida dos pais.

Estas atitudes estão fadadas ao fracasso e ao sofrimento, pois o desrespeito à Lei da Hierarquia dentro dos sistemas familiares é implacável.

E pode-se perceber isso nos efeitos na vida deste filho: Quanto ele é feliz?

Quanto ele se satisfaz em sua vida?

Quanto ele é realizado na vida profissional, em seus relacionamentos, na vida afetiva de um modo geral?

Os pais são os grandes. Quem veio antes tem sempre este lugar. E, independentemente do que ocorre nas situações cotidianas, se o filho não tem respeito, se quer mandar, decidir, orientar esses pais, está traçando seu destino de ruína. Essa Lei parece ter o propósito de assegurar a “paz interna e a coesão do grupo, impedindo as rivalidades e a luta por posições mais elevadas”, afirma Hellinger.

E para que o filho cresça de fato, constitua sua própria família e possa, então, ser ele O Grande, precisará, além de olhar com respeito para as escolhas, a casa, a vida dos pais, “bancar” o sentimento de culpa por deixá-los e ir viver sua própria vida.

 

Publicado no Jornal “O Aprendiz” em março de 2010.

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Ana Lucia Braga

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