2010 E A FELICIDADE

Escrito por Ana Lucia Braga

Qua, 27 de Dezembro de 2009 21:31h. 

 

Estamos, novamente, diante do fechamento de um ciclo. 2009 vai embora, entra 2010. Outro ano, outros planos. Apesar do desejo de consumo da felicidade anunciada e vendida pela mídia nesta época, é difícil sustentar este tipo de projeto pessoal (a felicidade), quando olhamos para os emaranhamentos familiares, a presença do passado em nossa vida; as mágoas, os ressentimentos, aquilo que ainda nos deixa congelados na tristeza, no passado.

Ser feliz... É algo que se busca, mas que tantas vezes nos parece distante... Pequenas e grandes tragédias, infância difícil, adolescência mais complicada, confusões com os pais, dificuldades em gerações anteriores. Em algumas famílias há mortes precoces, suicídios, assassinatos, adições, segredos... E depois, quando se cresce, casamento desfeito, vida infeliz, filhos que “dão trabalho”... São padrões que se repetem no campo familiar de cada um de nós. E por amor, lealdade e fidelidade à família, os padrões relacionados às leis sistêmicas, segundo Bert Hellinger, continuam atuando dentro do campo, independentemente do tempo, da vontade e da consciência.

Após tantas repetições familiares infelizes, a liberdade, assim como o ser feliz ficam afastados, como se fossem apenas uma fantasia, algo virtual que não se pode alcançar. Ficam como aquelas propagandas de final de ano que aparecem na televisão: são apenas para os outros. E há pessoas que, mesmo depois de inúmeros trabalhos terapêuticos, incluindo a Constelação Familiar, continuam manifestando a grande facilidade em ser infeliz. Mesmo depois de constelar, de se tratar e de aprender a felicidade, sustentar a tristeza e a infelicidade parecem ser infinitamente mais fácil do que alimentar o bom, o belo, o justo, e o “ser feliz”. E neste sentido, temos a “ajudinha” da ressonância mórfica, que auxilia na repetição dos padrões sistêmicos. Difícil é bancar a felicidade, é se habituar à felicidade.

Este é o poder dos emaranhamentos sistêmicos.

Para mudar, em 2010, faz-se necessário o aprendizado e a repetição do bom, do belo e do justo, da felicidade. É necessário dar ênfase às dimensões coletivas e transpessoais da psique, e trabalhar duro rumo no sentido da repetição do positivo, da autorização da felicidade, pois “a ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão, seja ele bom ou mal", como aponta Rupert Sheldrake.

Neste sentido, continuo afirmando, especialmente após as constelações familiares que tendem a colocar os campos mórfogenéticos em ordem e considerando depoimentos de pessoas que constelaram e mudaram a vida: a felicidade é possível.

E, para o fechamento deste ciclo, para desenvolver novos hábitos, uma “receitinha”:

- A) Mentalize um projeto de vida, ainda que você saiba da impossibilidade da realização imediata do mesmo.

- B) Permita-se sonhar com o projeto, o que traz conforto e reduz a ansiedade.

- C) Assuma riscos, tenha mais coragem. Empreenda.

- D) Faça diferente. Quebre a rotina e crie sempre – por exemplo, mude de caminho pelo menos uma vez por semana.

- E) Saia da cabeça: coloque o tênis e pratique esportes.

- F) Faça parte de algum grupo: ter amigos ou colegas traz de volta o sentimento de pertencimento e vitalidade.

- G) Empreenda um esforço para manter a família em harmonia, isso traz uma sensação de apoio.

- H) Mantenha o otimismo e o bom humor, ainda que no início isso lhe pareça artificial.

- I) Utilize métodos práticos de relaxamento e meditação, esteja presente. Um exemplo prático: durante um minuto, todos os dias, pare, respire profundamente, foque apenas sua respiração. Se o seu pensamento invadir sua mente o tempo todo, lembre que você está apenas respirando.

- J) Faça um mala (japamala) de agradecimentos. Agradecer é sempre transformador e enriquecedor.

- K) E um último exemplo de prática, tanto para a meditação quanto para seu projeto de vida, pegue um mala ou japamala, que é um antigo objeto de devoçao espiritual, uma espécie de “rosário” ututilizado no hinduísmo e no budismo, também um suporte de yoga, de meditaçao, e estabeleça para cada uma das 108 contas deste colar, um desejo, um pedido. As contas simbolizam a diversidade girando em torno da Unidade. A conta maior representa o seu desejo mais importante. As outras cento e sete contas, os demais desejos, sem “tercerizar” seus desejos, sem colocar no outro a responsabilidade por sua felicidade. Anote no papel seus 108 pedidos e guarde para que, ao longo do ano de 2010, você possa checar seu progresso, suas conquistas.

 

E viva 2010!

 

Texto publicado na Revista Unisaúde, dez.2009.

Voltar >

Endereço

Rua Abraão Caixe, 566 Subsetor Sul 3,
Ribeirão Preto/SP, CEP 14020-630

Ana Lucia Braga

Consteladora Sistêmica

Coordenadora Espaço Terapêutico Isis
analuciabragaconstelacao.com.br/blog/
E-mail: anaabbraga@gmail.com

Telefones

(16) 30215490 / 32353339