A LEI DO EQUILÍBRIO NOS SISTEMAS FAMILIARES

Escrito por Ana Lucia Braga

Sáb, 21 de Fevereiro de 2009 15:52h.

 

O Equilíbrio é uma Força, uma Lei presente em todos os sistemas. Dentro dos sistemas há uma necessidade de compensação entre perdas e ganhos, dar e receber, e como uma Lei Sistêmica, ela atua em todos os níveis.

Consciente ou inconscientemente tem-se a necessidade de compensação, e às vezes isso ocorre fazendo com que se perca algo, com que se vivencie algo de ruim, mesmo sem a aparente necessidade ou sem se perceber de onde isto vem. É como se houvesse um sentido de equilíbrio. Ele diz se há crédito ou débito com alguém. É quase matemático: se você deu algo, então você espera receber algo também (ainda que não seja na mesma moeda). O outro, por sua vez, sente uma pressão para retribuir, dar também. Se deve algo, há uma pressão para pagar, para devolver, para quitar. Se esta troca for efetiva, produtiva, positiva, a relação será fértil e rica. E isto ocorre tanto no positivo quanto no negativo.

A troca equilibra as relações, tornando possível uma convivência longa e saudável. Se, em uma negociação há equilíbrio, então há também liberdade, alegria e portas abertas para próximas negociações. Os dois lados ficam satisfeitos.

Caso contrário, uma das partes não se sente bem. E quando há dívida, uma das partes fica presa. A dívida funciona como uma necessidade de pagar algo para que o equilíbrio retorne. 

Ela muitas vezes atua como um fantasma, retorna, assombra, pode ser transformada em sentimentos de culpa, atuando secundariamente, sem que se perceba sua origem.

Os que recebem pouco – injustiçados -, muitas vezes também ficam presos nesse sentimento, que se secundariza, fazendo com que a pessoa se sinta uma vítima eterna, transforma sua vida em verdadeira pobreza.

No negativo, quando há necessidade de troca, então é necessário que se retribua com menor intensidade: um pouco menos. Isso traz possibilidades para um novo equilíbrio na relação. Se há revide na mesma intensidade, ou em maior escala, então esta relação permanece equilibrada no negativo, o que significa conflito e sofrimento.

Nos sistemas familiares é comum a observação de sentimentos de vazio ligados a não tomar os pais, o que significa que os filhos querem receber apenas o que é bom dos pais, e rejeitar o que não é bom. Para tomar os pais é necessário receber tudo o que eles têm de bom e de ruim. Não é possível selecionar, separar. Muitas vezes os pais estão disponíveis – prontos para se relacionar com o filho apenas como são, com o que têm (não é possível dar aquilo que não se tem). E o filho critica, julga, condena, nega, reclama e simplesmente não recebe, não toma seus pais. Muitas depressões têm origem nesta dinâmica. O filho acaba sentindo-se vazio, só.

Esta é uma dinâmica relacionada à Lei do Equilíbrio e que cria outros emaranhamentos.

O que traz solução é o bem, o respeito e o amor. Outros tipos de compensação que na maioria das vezes estão vinculados ao sofrimento das pessoas, não trazem solução, apenas causam mais desequilíbrios sistêmicos.

 

Publicado em "O Aprendiz", em 2006.

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Ana Lucia Braga

Consteladora Sistêmica

Coordenadora Espaço Terapêutico Isis
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