AS DOENÇAS E A CONSTELAÇÃO FAMILIAR

Escrito por Ana Lucia Braga

Qua, 02 de Dezembro de 2009 21:40h.

 

As doenças são vistas como algo de anormal que ocorre no organismo. Algo que interfere nas funções corporais, mentais e sociais. É de concordância que as doenças sofrem influências de fatores internos e externos ao organismo. Há disposição genética para doenças, assim como fatores psicológicos e socioculturais, que envolvem a sociedade e a família. Dentro da perspectiva familiar, falaremos das questões sistêmicas, ligadas à visão das Constelações Familiares.

Bert Hellinger é o terapeuta que sistematizou as Constelações Sistêmicas, ainda que outros teóricos tenham escrito sobre técnicas que fundamentaram, de certo modo, as constelações, como a psicologia sistêmica e o psicodrama, por exemplo. Dentro da visão de Hellinger, muitas doenças são sistêmicas, estão envolvidas em dinâmicas familiares que buscam, inconscientemente, um equilíbrio perdido, pelo desrespeito às Ordens Sistêmicas.

Uma outra dinâmica tem a ver com o desejo inconsciente do filho de sofrer no lugar dos pais.

E muitas crianças, de fato adoecem pelos pais. Aqui o filho diz: "eu em seu lugar", sendo o pensamento mágico o grande responsável pela crença do filho de que realmente pode salvar ou liberar os pais do sofrimento.

Outra dinâmica é aquela que tem a ver com a rejeição aos pais. Pela crítica, acusação, julgamento aos pais, pode-se adoecer gravemente. Muitas pessoas com câncer dizem preferir morrer a honrar os pais. Muitas doenças, portanto, estão ligadas à dinâmicas sistêmicas. Neste sentido, uma constelação familiar pode ser uma intervenção terapêutica eficaz, junto com o tratamento médico.

 

Publicado no Jornal “O APRENDIZ” em novembro de 2009.

 

Um caso sobre doenças

 

Contarei a história de uma psicóloga, que além de uma grave doença chamada Lúpus, tinha uma vida difícil, com problemas profissionais, dificuldades nos relacionamentos afetivos e problemas com os pais.

Os fatos: na linhagem da mãe, na terceira geração, uma tia morreu de Lúpus; a cliente sentia-se maior que a doença, que já a consumia com freqüentes internações e quimioterapias; do mesmo modo, sentia-se “grande” em relação a seus pais, sem o menor respeito por eles; a mãe não sabia, mas fora adotada por uma tia, a “madrinha”.

Foram quatro constelações, durante o período de um ano: como temas, a doença, a relação com a mãe, os relacionamentos afetivos, a relação com o pai. Todas realizadas em grupos.

Após um mês da primeira constelação já deixou a quimioterapia, tendo sua melhora no estado de saúde vista pelo médico como inexplicável. Após a segunda, onde descobriu que a madrinha era sua avó, sua relação com sua mãe fora “colocada em ordem” dentro de seu sistema e pôde realmente sentir-se e relacionar-se com a mãe como filha. Em seguida, seus relacionamentos foram olhados de uma outra forma por ela. E também esta parte de sua vida pôde ganhar nova ordem. Por fim, percebeu como seu olhar para seu pai estava contaminado por um profundo desrespeito pelo masculino. A partir dos movimentos já iniciados em seu sistema, pôde reverenciar seu pai como o grande, agradecer pela vida e se colocar em seu lugar, de apenas filha, independentemente do ocorrido com o pai, na vida dele.

Mudanças inúmeras foram relatadas pela cliente após as constelações. Além do desaparecimento total dos sintomas da doença Lúpus, da melhora significativa na saúde, seus sentimentos e sua relação com seus pais mudaram completamente, passando a sentir-se em paz com todos, sem as anteriores confusões e conflitos cotidianos. Em sua psicoterapia semanal, em outra abordagem, surpreendeu-se com tantos progressos, em tão pouco tempo.

Há, agora, o respeito pelo masculino e, apesar de ainda não estar namorando, sente-se realmente disponível para tal.

As Leis da Pertinência, do Equilíbrio e da Hierarquia foram colocadas em Ordem dentro do sistema familiar da cliente que, a partir de suas constelações, da intervenção em seu campo morfogenético, lhe trouxeram a possibilidade de liberdade e de cura, da alteração de padrões de sofrimento que acompanhavam sua família por gerações.

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Ana Lucia Braga

Consteladora Sistêmica

Coordenadora Espaço Terapêutico Isis
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