PERTENCIMENTO: PERMANECER NA INFÂNCIA OU TORNAR-SE ADULTO DIANTE DA FAMÍLIA DE ORIGEM

Escrito por Ana Lucia Braga

Sáb, 21 de Fevereiro de 2009 16:18h.

 

O sentimento de pertencimento é considerado como básico em todas as abordagens que tratam do ser humano. Fazer parte é essencial à própria sobrevivência da espécie e isso nos remete aos primórdios, ao tempo das cavernas, quando era vital participar do grupo para a continuidade do próprio grupo. Os desgarrados sempre foram presas fáceis para os predadores...

Aquilo que nos liga à nossa família, que é aceito por ela (bom ou mal), geralmente é vivenciado por nós como bom. Temos aí uma boa consciência, a chamada consciência limpa, tranqüila, quando estamos de acordo com o que acontece lá. Experimentamos, enfim, o sentimento de pertencimento, e nos sentimos bem, mesmo no plano inconsciente.

Desta forma, a Ordem oculta do amor segue seu curso, ainda que seja de modo assimétrico, como no caso do menino que mata sem sentir-se culpado, pois segue (inconscientemente) o pai, o tio ou o avo, que também foram assassinos. Em sua família alguns passaram inclusive pela reclusão para menores, sem que tenham realmente recebido lá a “educação”apregoada pela instituição.

Este comportamento que traz sofrimentos para o jovem e para outros, mantém a ordem na família e traz a desordem para a vida pessoal. É um grande preço que, no caso aqui descrito, paga-se pela necessidade de pertencer.

Como afirma Bert Hellinger, acerca das constelações familiares, permanecemos na infância, fixados nos valores familiares e desta forma,“não há cura para determinados sofrimentos e doenças”.

Outro exemplo, citado a partir de minha experiência com Constelações, um homem adulto, bem sucedido na vida, vive com transtorno de ansiedade (apresentando sintomas como: dificuldades para respirar, perturbações no sono, na alimentação, problemas estomacais, pressão no peito, mãos tremulas, assustado, com medo constante de que o pior aconteça, com a sensação de perdas constantes, entre outros), em conflitos, brigas diárias com a mulher e os filhos. Seus pais vivem também em eterno conflito, nunca tiveram boas condições financeiras, sempre foram “mal das pernas” na vida.

Este homem passa a vida em sofrimento com a consciência tranquila.

Tomar o sucesso profissional e financeiro, tomar a mulher e os filhos sem sofrimento o coloca em grande risco perante sua família de origem. Como ele acha que os pais vão olhar para ele, sendo ele agora tão diferente? Se tiver sucesso e ainda for feliz? Este processo, inconsciente, tem a ver com o pertencimento.

Este homem, sem se dar conta, acaba pagando o preço, sentindo-se inocente por se manter junto e igual à família de origem. Ele não suporta diferenciar-se dela, ultrapassá-la, superar os limites de sua família.

No entanto, há um outro lado: a consciência pessoal clama pela alegria, pela leveza, pela união em sua família atual, pela harmonia, pelo amor sem sofrimento, pela felicidade, por entrar realmente na vida adulta.

Tornar-se adulto de fato é possível apenas abandonando a inocência e carregando o sentimento de culpa por diferenciar-se. Só assim é pode-se dar o passo para o crescimento.

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Ana Lucia Braga

Consteladora Sistêmica

Coordenadora Espaço Terapêutico Isis
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