VOCÊ JÁ SABE PARA QUE VEIO?

Escrito por Ana Lucia Braga

Qua, 02 de Dezembro de 2009 21:58h.

 

Você já sabe para que veio aqui? “Eu vim aqui para ser feliz”.

Esta é uma afirmativa difícil de sustentar, se olharmos os emaranhamentos familiares, a presença do passado longínquo e próximo em nossa vida; as lembranças insistentes do que já se foi, as mágoas, os ressentimentos que nos deixam lá, congelados no passado e na tristeza.

Preponderam as perdas sobre os bons acontecimentos, o trágico sobre a graça. E a alegria, o ser feliz ficam longe...Ser feliz...

É algo que se busca, mas que tantas vezes nos parece distante...

Pequenas e grandes tragédias, infância difícil, adolescência mais complicada, confusões com os pais, dificuldades em gerações anteriores; em algumas famílias mortes precoces, suicídios, assassinatos, segredos... E depois, quando se cresce, um casamento desfeito, uma vida infeliz, filhos que “dão trabalho”... São padrões que se repetem no campo familiar, no campo morfogenético de cada um de nós. Os campos mórficos, segundo Rupert Sheldrake, são estruturas que moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas, ainda que cada um tenha suas especificidades. Na verdade, eles fazem com que um sistema seja uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes, como diz o próprio Sheldrake.

E após tantas repetições familiares infelizes, a liberdade, assim como o ser feliz ficam afastados, como se fossem apenas uma fantasia, algo virtual que não se pode alcançar. Este é o poder dos emaranhamentos sistêmicos, ainda que algumas pessoas, mesmo depois de inúmeros trabalhos terapêuticos, incluindo a Constelação Familiar, continuem manifestando a grande facilidade em ser infeliz.

Pois difícil é bancar a felicidade. Mesmo depois de constelar, de se tratar e de se aprender a felicidade, sustentar a tristeza e a infelicidade parecem ser infinitamente mais fácil do que alimentar o bom, o belo, o justo, e ser feliz. E neste sentido, temos a “ajudinha” da ressonância mórfica, que auxilia na repetição dos padrões sistêmicos.

É necessário o aprendizado e a repetição do bom, do belo e do justo, da felicidade. É necessário dar ênfase às dimensões coletivas e transpessoais da psique, e trabalhar no sentido da repetição do positivo, da autorização e do aprendizado da felicidade, pois “a ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal", como aponta Sheldrake.

Neste sentido, continuo afirmando, especialmente após as constelações familiares que tendem a colocar os campos mórfogenéticos em ordem e considerando depoimentos de pessoas que constelaram e mudaram a vida: eu vim aqui para ser feliz.

 

Texto publicado no Jornal “O Aprendiz” de dezembro de 2009

 

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Ana Lucia Braga

Consteladora Sistêmica

Coordenadora Espaço Terapêutico Isis
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