A HIERARQUIA NOS SISTEMAS FAMILIARES

Escrito por Ana Lucia Braga

Sáb, 21 de Fevereiro de 2009 15:54h. 

 

A Hierarquia é uma Força, uma Lei que atua em todos os sistemas. Ela tem a ver com a ordem nas posições, com o lugar que cada um ocupa dentro do sistema. Nas organizações ou empresas também esta Força atua. E quando não é respeitada, criam-se emaranhamentos.

A consciência coletiva, aquela que serve como “vigia” dentro dos sistemas, diz que o todo é mais importante que a soma de suas partes, e pede por “restauração” das infrações desta Lei – Hierarquia -, assim como das outras Leis Sistêmicas: Pertinência e Equilíbrio. Neste sentido, quando as pessoas estão fora de seus lugares dentro de um sistema, pode-se olhar para possíveis emaranhamentos, que têm como efeito o sofrimento vivenciado pelas pessoas, tanto na família como nas organizações.

Nas Constelações Sistêmicas (Familiares ou Organizacionais) pode-se ver a tentativa de restauração da consciência coletiva. As gerações seguintes, inconscientemente, colocam-se a serviço do que aconteceu anteriormente, tentando, por exemplo, corrigir injustiças ou reinserir aqueles que foram excluídos. Quem vem depois acaba pagando a conta.

Cito como exemplos de situações que envolvem a Hierarquia o filho que se sente mais sábio e mais importante que os pais. Para ele os pais têm muito o que aprender... O que este filho não sabe é que comete uma infração contra seu sistema familiar, que possivelmente será cometida também por seus filhos, estes últimos em defesa de seus avós. Sentir-se grande diante dos pais traz, além desta, outras confusões, conflitos, perdas e sofrimentos na vida. Pode-se ver os efeitos disto na vida das pessoas, quando estão emaranhadas com a Força da Hierarquia.

A precedência é clara: quem vem primeiro tem o lugar especial de primeiro. E os demais, aconteça o que acontecer, devem respeitar o lugar desta pessoa. Muitas vezes um filho caçula deseja assumir as responsabilidades do mais velho e paga um preço alto por isto. Muitos casais não respeitam o primeiro parceiro. Às vezes até o chamam de “falecido”. Isso traz profunda confusão sistêmica. Quando o segundo parceiro quer assumir o lugar do primeiro, em geral este relacionamento também não dá certo. As famílias mistas atualmente sofrem em profundidade com esta questão, sofrimento este que é estendido também aos filhos. A prevalência quer dizer que o que é atual prevalece sobre o que é anterior, ainda que o que veio antes não possa perder seu lugar. Por isso, o relacionamento atual prevalece sobre os anteriores.

A Hierarquia é clara: o último vem depois dos primeiros. E o primeiro é realmente o primeiro. Quando há uma inversão na ordem (filhos agindo como pais, por exemplo), há sofrimento sistêmico.

 

Publicado em "O Aprendiz" em 2006.

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Ana Lucia Braga

Consteladora Sistêmica

Coordenadora Espaço Terapêutico Isis
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